segunda-feira, 7 de junho de 2010

Cercas vivas, plantio e poda

Como havia tido na ultima edição, esse dois quesitos (plantio e poda), vão determinar o visual de sua cerca viva.
Agora que você já escolheu, de acordo com sua necessidade, a função da sua cerca viva, como delimitação de áreas, tanto pra ornamentação, privacidade e proteção, ou mesmo, proteger contra ventos, ruídos, poluição, ou ambas; é a hora de colocar a mão na massa. Só não se esqueça que a planta escolhida, além de sua função, devem adequar ao estilo do seu jardim.

O segredo de uma bela cerca viva bem fechada, esta na execução do plantio e na poda.

Há dois modos de plantar em linha:
Com uma vala única ou em covas separadas. Você pode optar entre qualquer um dos métodos, mas a vala única é mais indicada para plantas de raízes nuas, enquanto as covas em fileira são melhores para espécies com torrões. Em ambos os casos, a orientação geral é que o espaço e a cova de cada planta tenham o dobro do tamanho do seu torrão.
Covas em zique-zaque:
O plantio de duas fileiras intercaladas ajuda a formar uma cerca mais densa e larga em menos tempo, mas também consome o dobro de mudas, insumos e espaço na largura do canteiro. Para que o resultado fique bonito,é muito importante intercalar as plantas, em zique-zaque, no espaçamento correto.

Para saber a distancia adequada entre as mudas, siga as recomendações desta e da edição anterior, ou consulte seu paisagista.

Uma Cerca viva leva em média cerca de 3 a 5 anos para atingir a altura, a largura, o formato, a resistência e a densidade necessárias para desempenhar sua função. Um engano comum é plantar as mudas da cerca viva muito próximas uma das outras, para que elas “fechem” rapidamente. Acontece que cada planta terá um porte determinado na idade adulta e o espaçamento pequeno vai fazer com que elas fiquem sobrepostas, prejudicando mutuamente. Para acelerar o processo,plante espécies já formadas na distancia recomendada.
O efeito paisagístico desejado também influencia nessa medida.
A preparação do solo inclui a correção do pH e da fertilidade. O incremento de matéria orgânica e adubos nesta fase são essenciais, mas devem ser balanceadas, pois há o risco de queimarem as delicadas raízes em formação. O ideal é seguir a recomendação de adubação para cada espécie. Uma boa formulação NPK para esta fase é 04-14-08 ou se preferir adubos orgânicos, utilize farinha de ossos e terra vegetal.
A irrigação deve ser diária nas primeiras semanas após o plantio, Após cerca de dois meses, podemos reduzir a freqüência das regas e iniciar a adubação de arranque, que estimulará o crescimento inicial. Esta adubação, ao contrário da adubação de plantio, é de cobertura e deve conter maior quantidade de nitrogênio, como na fórmula NPK 10-10-10.
Solicite sempre a presença de a um profissional da área como o seu paisagista ou o engenheiro-agrônomo.

Podas:
O modo, a forma e a freqüência com que os arbustos são podados, assim como a espécie escolhida vai determinar o estilo da cerca viva, que pode ser formal (formas compactas e geométricas) ou informal (formas livres e menos densas). As cercas vivas formais são apropriadas para jardins formais, como os de estilo inglês ou italiano. Elas geralmente necessitam de sol pleno, manutenção mais freqüente e arbustos de crescimento moderado, resistentes e de folhas perenes, pequenas e firmes.
Já as informais são mais adequadas a jardins informais, como os de estilo tropical, rochoso e campestre. Na maioria dos casos estas cercas vivas são rústicas e dispensam maiores gastos com manutenção. Muitas vezes é preferível que cresçam completamente ao natural, pois sua forma é mais bonita assim ou porque a espécie simplesmente não tolera podas.
Independentemente do estilo escolhido, as podas de cercas vivas se dividem em poda de formação, de manutenção e de limpeza, que devera ser feita uma vez ao ano, para retirar os ramos secos e malformados. Na poda de formação estimula-se o adensamento da planta e o crescimento das gemas laterais, através da regulação do crescimento em altura da planta. Para isto a planta deve ser “treinada” desde jovem, adaptando-se gradativamente à forma final. Isto se obtém com tesouras próprias para poda, reduzindo-se os ramos muito viçosos e aparando ramos alongados que se destacam na folhagem.
Na poda de manutenção, além da forma básica que se deseja obter é importante atentar que a região inferior da planta não fique na ausência de luz. Este erro é mais comum do que parece e sua principal conseqüência é o surgimento de bases desfolhadas, com falhas e muitos ramos mortos ou doentes.
As cercas vivas floríferas devem ser resguardadas de podas no período que antecede à floração, para que tenham a floração preservada.

Caso tenha alguma dúvida, comentário ou sugestão envie para o endereço de e-mail flavioferreirapaisagista@hotmail.com

sábado, 5 de junho de 2010

GENGIBRE

Gengibre


Festas juninas lembram frio e para espantá-lo nada melhor que uma boa caneca de quentão. Será que é verdade? Bem, de acordo com a fitoterapia chinesa, o gengibre, ingrediente básico do poderoso quentão, tem mesmo esta capacidade de espantar o frio. Mas o famoso gengibre vai muito além do quentão. Vamos conhecer melhor esta raiz de sabor intenso.

O gengibre é uma planta herbácea tipicamente tropical. Suas hastes surgem ao longo do forte rizoma, ricos em substâncias aromáticas e óleo essencial, utilizados in natura na preparação de diversos pratos da cozinha oriental. Secos, são empregados no preparo de extratos, para condimentos, bebidas alcoólicas, licores, confeitaria e refrigerantes; por destilação em corrente de vapor, obtém-se um óleo essencial adotado em perfumaria. Suas folhas são verdes, longas e aveludadas na parte inferior. As inflorescências surgem na base da planta, oriundas diretamente do rizoma. Elas são sustentadas por hastes fortes, eretas, com cerca de 40 cm. A espécie varia de 1,2m a 2 metros de altura.

Os rizomas da planta, as partes subterrâneas e comestíveis, são os responsáveis pela propagação vegetativa. Para o cultivo, o solo ideal deve ser argilo-arenoso, fértil e de boa drenagem. A cultura necessita de muita água, mas não suporta encharcamento. O plantio deve ser feito no início da estação das chuvas.
O gengibre prefere solos com pH entre 5,5 e 6,0 e a correção com calcário deve ser feita no mínimo três meses antes do plantio. Os sulcos de plantio precisam ter cerca de 15 centímetros de profundidade e a distância recomendada entre os rizomas é de 5 a 8 centímetros. Depois de plantados, os rizomas são cobertos com uma camada de 10 centímetros do solo.
Embora resistente, o gengibre necessita de alguns tratos culturais: a chamada "amontoa" (o rizoma cresce para cima, portanto, é preciso cobri-lo periodicamente com terra), a irrigação e o controle de pragas. O ciclo da planta varia de sete a dez meses. Os rizomas estão no ponto de colheita quando a planta entra em período de dormência (inverno).

No paisagismo, o gengibre vermelho em especial, encaixa-se perfeitamente em renques junto a muros ou em maciços sob a copa das árvores. Sua folhagem tropical é muito bonita, mas sensível a queimaduras, portanto deve-se evitar a luz direta do sol. Em condições ideais seu crescimento é rápido. Também pode ser plantada em vasos e jardineiras, tendo desta forma seu crescimento controlado.
As inflorescências do gengibre são muito duráveis e utilizadas como flor-de-corte em belos arranjos tropicais.

Quanto ao bom e velho quentão das festas juninas, existem várias versões. Algumas bem típicas de determinada região do Brasil. Esta receita é uma das mais básicas, de minha querida Vovó Stela:
Ingredientes
1 litro de cachaça ou aguardente
1 pedaço de gengibre cortado em pedacinhos
6 folhas de alfavaca
3 paus de canela
1/2 litro de água
1 copo de açúcar
Preparo
Numa panela grande ou caldeirão, misture todos os ingredientes e deixe ferver. Depois, coloque em uma chaleira e mantenha sempre quente.
Abraços e “boa festança”